quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Textos: narrativos, descritivos e dissertativos


·         Narração à é um relato centrado num fato ou acontecimento. Dizemos que há um ou mais personagens atuando e um narrador que relata a ação.                                                                                       
Tipos de narrativa: piadas, histórias, poemas, letras de músicas, contos,...
               Elementos da narrativa
 Construímos um texto narrativo com base em alguns elementos:
O quê? – fato narrado.
Quem? – personagem principal e personagens secundários.
Como? – o modo que os fatos aconteceram.
Quando? – o tempo dos acontecimentos.
Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento.
Por quê? – a razão, o motivo do fato.
Por isso: - a consequência dos fatos.
No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver os personagens.

Personagens: a apresentação dos personagens pode ser direta (descrição dos traços físicos ou psicológicos) e indireta ( ações, comportamentos, acontecimentos vividos pelos personagens, fala).

Discurso: direto ( geralmente antecedido por dois pontos e introduzido por travessão); indireto (o autor conta com suas próprias palavras), indireto livre (mistura o discurso direto com o indireto).

“ Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa.” (Graciliano Ramos) – discurso indireto livre


Enredo: linear (começo- meio- fim); não linear (cortes ou saltos na sequencia das ações); cronológico  (objetivamente marcado); psicológico.

Foco narrativo: 1ª pessoa (narrador-personagem);  3ª pessoa (narrador-observador);  3ª e 1ª pessoa (narrador-onisciente).
Narrador é quem conta.

Espaço: onde os acontecimentos se desenrolam.

Obs.: pode-se ter num texto narrativo, parágrafos descritivos e dissertativos.


·         Dissertação à Na dissertação, as ideias devem ser colocadas de maneira clara e coerente e organizadas de maneira lógica:
a)      o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou subordinativas, dependendo da ideia que se queira introduzir e defender; é por isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.

b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.

A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO ( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL.
Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos:
  1. Transforme o tema numa pergunta;
  2. Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA);
 3. Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).

O desenvolvimento contém as ideias que reforçam o argumento principal, ou seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros, reconhecidos publicamente).

A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar" resumidamente ( se possível, numa frase) todas as ideias do texto para que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro.

Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor:
 1. Entenda bem o tema;
 2. Reflita a respeito dele;
3. Passe para o papel as ideias que o tema lhe sugere;
4. Faça  a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de ideias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no  DESENVOLVIMENTO do texto. 

·         Descrição à O termo descrever significa representar, por meio de palavras, as características de um objeto, uma ideia ou um sentimento. Um texto descritivo tem como objetivo transmitir informações sobre seu foco principal, de modo que o leitor crie na sua mente uma imagem do objeto, pessoa, sentimento ou ser descrito.
Os pontos de vista existentes em uma descrição podem ser exibidos das seguintes formas: objetiva e subjetiva.
A forma objetiva e aquela que apresenta um objeto e indica suas características principais de maneira precisa, cuidando para que as palavras não permitam mais de uma interpretação.
Já a forma subjetiva acontece quando se trabalha com a linguagem para selecionar palavras ricas de sentido e o emprego de construções livres que permitem mais de uma interpretação do leitor; o objeto é descrito de acordo com a sensibilidade de quem o descreve.


Exercícios

1)      Identifique os trechos abaixo como: narrativo, descritivo, dissertativo:

a)      ...  “Lousas eletrônicas e recursos da realidade virtual já são usados com ótimos resultados nas escolas particulares e o ensino público também “caiu” na rede. Além disso, o Ministério da Educação (MEC) está investindo R$176 milhões para que a Universidade Aberta do Brasil crie até agosto 60 mil vagas para diversos cursos, todos online. Projeto lançado em 2005, a universidade é um sistema nacional de ensino, ligado a 55 instituições federais, para levar educação de nível superior aos pontos mais distantes do País.” ...
                                               Revista Isto É, 20 de junho de 2007.


b)      “ Nina era uma cachorra Beagle, com as três cores básicas da raça: preto, amarelo e branco. Orelhas compridas, pelo curto, rabo com a ponta branca, patas brancas e grandes olhos castanhos.”


c)      “ Gepeto era um homem bom que morava sozinho numa casa. Como era habilidoso e sentia falta de companhia, fez um boneco de madeira.
- Seu nome será Pinóquio – disse ele, ao terminar o boneco. – Pena que não possa nem falar! Mas não faz mal. Mesmo assim, será meu amigo!
Certo dia, enquanto Gepeto dormia, a Fada Azul foi visitar Pinóquio. E disse ao entrar:
- Pimbinlimpimpim!
E, por encanto: Pinóquio deu um pulo e gritou:
- Estou vivo! Não sou mais um boneco qualquer! Obrigado, Fada! Agora Gepeto terá com quem conversar”!  ...



2)      Leia o conto abaixo e encontre alguns elementos da narrativa:

O Mestre da Paciência

Conta a lenda que um velho sábio, tido como mestre da paciência, era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um homem conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu com a intenção de desafiar o mestre da paciência. O velho aceitou o desafio e o homem começou a insultá-lo. Chegou a jogar algumas pedras em sua direção, cuspiu em sua direção e gritou todos os tipos de insultos. Durante horas fez de tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o homem se deu por vencido e retirou-se.
Impressionados, os alunos perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.
O mestre então perguntou:
- Se alguém chega até você com um presente, e não o aceita, a quem pertence o presente? A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.
O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo. A sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma. Só se você permitir...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Conservação X Preservação


Conservação X Preservação
             O preservacionismo e o conservacionismo são correntes ideológicas que surgiram no fim do século XIX, nos Estados Unidos. Com posicionamento contra o desenvolvimentismo - uma de recursos naturais – estas duas se contrapõem no que se diz respeito à relação entre o meio ambiente e a nossa espécie concepção na qual defende o crescimento econômico a qualquer custo, desconsiderando os impactos ao ambiente natural e o esgotamento.
             O primeiro, o preservacionismo, aborda a proteção da natureza independentemente de seu valor econômico e/ou utilitário, apontando o homem como o causador da quebra deste “equilíbrio”. De caráter explicitamente protetor, propõe a criação de santuários, intocáveis, sem sofrer interferências relativas aos avanços do progresso e sua consequente degradação. Em outras palavras, “tocar”, “explorar”, “consumir” e, muitas vezes até “pesquisar”, torna-se, então, uma atitude que fere tais princípios. De posição considerada mais radical, este movimento foi responsável pela criação de parques nacionais, como o Parque Nacional de Yellowstone, em 1872, nos  Estados Unidos.
            Já a segunda corrente, a conservacionista, contempla o amor à natureza, mas aliado ao seu uso racional e manejo criterioso pela nossa espécie, executando um papel de gestor e parte integrante do processo. Podendo ser identificado como o meio-termo entre o preservacionismo e o desenvolvimentismo, o pensamento conservacionista caracteriza a maioria dos movimentos ambientalistas, e é alicerce de políticas de desenvolvimento sustentável, que são aquelas que buscam um modelo de desenvolvimento que garanta a qualidade de vida hoje, mas que não destrua os recursos necessários às gerações futuras. Redução do uso de matérias-primas, uso de energias renováveis, redução do crescimento populacional, combate à fome, mudanças nos padrões de consumo, equidade social, respeito à biodiversidade e inclusão de políticas ambientais no processo de tomada de decisões econômicas são alguns de seus princípios. Inclusive, este propõe que se destinem áreas de preservação, por exemplo, em ecossistemas frágeis, com um grande número de espécies endêmicas e/ou em extinção, dentre outros.
         Tais discussões começaram a ter espaço em nosso país apenas em meados da década de setenta, com a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA, quase vinte anos depois. Em razão de a temática ambiental ter sido incorporada em nosso dia a dia apenas nas últimas décadas, tais termos relativamente novos acabam sendo empregados sem muitos critérios – mesmo por profissionais como biólogos, pedagogos, jornalistas e políticos. Prova disso é que a própria legislação brasileira, que nem sempre considera uso correto destes termos, atribui a proteção integral e “intocabilidade” à preservação; e conservação dos recursos naturais, com a utilização racional, garantindo sua sustentabilidade e existência para as futuras gerações, à conservação.
                                                                                                                            Por Mariana Araguaia
Exercícios:
1)      Diferencie conservação de preservação:
2)      O que são espécies endêmicas?
3)      O que você entende por política de desenvolvimento sustentável? E por que o pensamento conservacionista serve de base para tal?
4)      O que é IBAMA?
5)      Os termos conservação e preservação, na sua opinião tem sido empregados corretamente?



           UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
                 Unidades de conservação são as porções do território nacional, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais de relevante valor de domínio público ou  propriedade privada, legalmente instituídas pelo poder público com os objetivos e limites definidos, sob regimes especiais de administração, às quais se aplicam garantias adequadas de proteção.

               FLORESTA - entidade biológica formada por um conjunto complexo de  formas vegetais interdependentes, que se dispõe em camadas, e cujo elemento dominante é a árvore.
                 FLORA SILVESTRE - É o conjunto de vegetais naturais de uma região ou país. Vegetais nativos do lugar.
                 FLORA EXÓTICA - É o conjunto de vegetais não nativos de uma região,que foi adaptado ao local ou importado.
                Mata Atlântica - Formação vegetal com grande riqueza de espécies, geralmente apresentando três estratos: superior com espécies arbóreas de altura entre 15 a 40 metros; intermediário com alta densidade de espécies, constituído por arbustos, arboretos e árvores de pequeno porte, entre 3 e 10 metros; e um terceiro,  composto por grande variedade de ervas rasteiras, cipós, trepadeiras, além de palmeiras e samambaias. A Mata Atlântica abriga grande variedade de espécies da fauna brasileira, como: onça, sagüi de tufo preto, paca, cotia, tucano de bico verde, caxingulê, mono-carvoeiro, entre outras. Essa vegetação atualmente  recobre principalmente o litoral e Serra do Mar, estendendo-se para o interior do Estado, onde adquire características típicas de clima mais seco com perda de folhas, floração e frutificação em períodos bem determinados. Entre a formação vegetal da Mata Atlântica encontra-se o pau-jacarré, bromélia, palmeira, guapuruvú e a embaúba Hoje só existe 3% da da mata atlântica e se extinguirá em pouco tempo, enquanto a  fauna e flora agoniza sua morte. Os  policos corruptos e gananciosos ficam para lá e para cá de jatinhos e hotéis de luxo gastando rios de dinheiro O nosso dinheiro. E assim acabará a Amazonas em um enorme deserto, e o resto do pais sendo roubado todos os dias, seus recursos naturais; Acordem povo Brasileiro antes que seja muito tarde.
                MANGUE - Formação típica de litoral, sob ação direta das marés, com solos limosos de regiões estuárias. Constitui-se de único estrato de porte arbóreo e diversidade muito restrita. Neste ambiente salobro desenvolvem-se espécies adaptadas à essas condições, ora dominado por gramíneas o que lhe confere uma fisionomia herbácea; ora dominado por espécies arbóreas. O mangue abriga grande variedade de espécies da  fauna brasileira, como tapicuru, guará, crustáceos, sapos, insetos, garça, entre outros. O mangue, devido ao acúmulo de material orgânico, característica importante desse ambiente, garante alimento e proteção  para a reprodução de inúmeras espécies marinhas e terrestres.

                ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) - são destinadas à proteção ambiental, visando assegurar o bem-estar das populações humanas e a conservação ou melhoria das condições ecológicas locais.
                RESERVAS BIOLÓGICAS - são áreas delimitadas com a finalidade de preservação e proteção integral da fauna e flora, para fins científicos e educativos, onde é proibida qualquer forma de exploração dos seus recursos naturais.
                ESTAÇÕES ECOLÓGICAS - são áreas representativas de ecossistemas brasileiros, destinados à  realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia; à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. Nessas áreas não há exploração do turismo.

               PARQUES -  são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente,submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade em seu todo. Destinam-se a fins científicos, culturais, educativos e recreativos. São criadas e administradas pelos Governo Federal, Estadual e Municipal, visando principalmente a preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem.
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

                -  pelo Art. 2º da lei 4771/65, consideram-se de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
                  a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:
                    1) de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura;
                    2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;
                    3) de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
                    4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura esta é a lei arbitraria dos politicos dá para a mãe Natuereza que sacia nossa sede e mata nosso fome.
                    5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; artificiais;
                  b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou
                  c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos d'água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;
                  d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
                  e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;
                   f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
                  g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
                  h) em altitudes superiores a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; e pelo Art. 3º, consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:
                  a) a atenuar a erosão das terras;
                  b) a fixar as dunas;
                  c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
                  d) a auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares;
                  e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;
                  f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;
                  g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;
                  h) a assegurar condições de bem-estar público.
          

TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO

Quando falamos em técnicas de conservação do solo, temos por hábito acreditar que elas são direcionadas somente para a agricultura, é óbvio que não. As técnicas de conservação do solo são importantíssimas também no perímetro urbano, nas margens das rodovias e estradas intermunicipais e vicinais, quintais e jardins. Por exemplo as curvas de nível e as microbacias são técnicas de prevenção de erosão que devem ser adotadas na manutenção de ruas e estradas.

1 - Manutenção da Cobertura do solo

1.1 Adubação verde: prática pela qual se cultivam determinadas plantas, com a finalidade de incorporá-las ao solo, proporcionado melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e também promovendo o enriquecimento de elementos minerais. As plantas utilizadas neste tipo de adubação impedem o impacto direto das gotas de chuva sobre o solo, evitam o deslocamento ou a lixiviação de nutrientes do solo e também inibem o desenvolvimento de ervas daninhas.A eficiência da adubação verde é comprovada também no controle de nematóides, quando se utilizam leguminosas específicas, problema para o qual os produtos químicos, além de caros, não apresentam resultados satisfatórios.No sul do Brasil, são muito utilizadas plantas leguminosas como Mucunaspp, Crotolaria spp, Cajanus cajan, entre outras, visando principalmente à fixação simbiótica do nitrogênio. Também são utilizadas gramíneas como a aveia (Avena spp) e o azevém (Lollium multiflorum) e espécies descompactadoras do solo, como é o caso do nabo fora benéfica em termos de preservação e recuperação de ambientes.


1.2 Reflorestamento: vários são os efeitos benéficos desta prática: filtragem de sedimentos; proteção das barrancas e beiras de rio; grande profundidade e volume de raízes favorecendo a macroporosidade do solo; diminuição do escoamento superficial da água no solo; criação de refúgios para fauna e, ainda, fonte de energia (lenha). O reflorestamento também pode ser feito em faixas intercalando-se com culturas anuais (tipo consórcio), favorecendo o incremento de matéria orgânica ao solo.




Aração
O uso excessivo de arações e/ou gradagens superficiais e continuamente nas mesmas profundidades no processo de preparo de solo provoca a desestruturação da camada arável, transformando-a em duas camadas distintas: uma superficial pulverizada e outra subsuperficial compactada. Essa transformação reduz a taxa de infiltração de água no solo e, consequentemente, incrementa a enxurrada e eleva os riscos de erosão hídrica do solo. Outrossim, prejudica o desenvolvimento radicular de plantas e afeta o potencial de produtividade do sistema agrícola. O preparo excessivo, associado à cobertura deficiente do solo, a chuvas intensas e ao uso de áreas inaptas para culturas anuais, constitui o principal fator desencadeador dos processos de degradação dos solos da Região Sul do Brasil. Como meio de prevenção do problema, indicam-se técnicas como redução da intensidade de preparo, máxima cobertura de solo, cultivo de áreas aptas para culturas anuais e emprego de semeadura em contorno, associadas ao conjunto de práticas conservacionistas orientadas à prevenção da erosão.

Correção da acidez e da fertilidade do solo
Em solos ácidos e com baixos teores de fósforo (P) e de potássio (K), a aplicação e incorporação de calcário e de fertilizantes na camada de 0 a 20 cm de profundidade é fundamental para viabilizar o sistema plantio direto nos primeiros anos, período em que a reestruturação do solo ainda não manifestou efeitos benéficos. Resultados de pesquisa obtidos nos últimos anos indicam que o sistema plantio direto pode também ser estabelecido e mantido mediante aplicação superficial de calcário. Descompactação do solo
Em solos compactados, verificam-se baixa taxa de infiltração de água, ocorrência freqüente de enxurrada, raízes deformadas e/ou concentradas na camada superficial, estrutura degradada e elevada resistência às operações de preparo e de semeadura. Assim, sintomas de deficiência de água nas plantas podem ser evidenciados mesmo em situações de breve estiagem. Constatada a existência de camada compactada, indica-se abrir pequenas trincheiras (30 x 30 x 50 cm) com o objetivo de detectar o limite inferior da camada mediante observação do aspecto morfológico da estrutura do solo, da forma e da distribuição do sistema radicular das plantas e/ou da resistência ao toque com instrumento pontiagudo. Normalmente, o limite inferior da camada compactada não ultrapassa 25 cm de profundidade.
Para descompactar o solo, indica-se usar implementos de escarificação equipados com hastes e ponteiras estreitas (não superiores a 8 cm de largura), reguladas para operar imediatamente abaixo da camada compactada. O espaçamento entre hastes deve ser de 1,2 a 1,3 vez a profundidade de operação. A descompactação deve ser realizada em condições de solo friável. Em sequência, a operação de descompactação do solo é indicada à semeadura de culturas de elevada produção de biomassa e de sistema radicular abundante. Os efeitos benéficos dessa prática dependem do manejo adotado após a descompactação. Em geral, havendo intensa produção de biomassa em todas as safras agrícolas e controle do tráfego de máquinas na lavoura, a escarificação do solo não necessitará ser repetida.

Planejamento de sistemas de rotação de culturas
O tipo e a frequência das espécies contempladas no planejamento de um sistema de rotação de culturas devem atender tanto aos aspectos técnicos, que objetivam a conservação do solo, quanto aos aspectos econômicos e comerciais compatíveis com os sistemas de produção praticados regionalmente.
A sequência de espécies a serem cultivadas numa mesma área deve considerar, além do potencial de rentabilidade do sistema, a suscetibilidade de cada cultura à infestação de pragas e de plantas daninhas e à infecção de doenças, a disponibilidade de equipamentos para manejo das culturas e dos restos culturais e o histórico e o estado atual da lavoura, atentando para aspectos de fertilidade integral do solo e de exigência nutricional das plantas.
O arranjo das espécies no tempo e no espaço deve ser orientado para o escalonamento da semeadura e da colheita.
No Sul do Brasil, um dos sistemas de rotação de culturas compatível com a produção de cevada, para um período de três anos, envolve a seguinte seqüência de espécies: aveia/soja, cevada/soja e leguminosa ou nabo/milho.
Manejo de restos culturais
Na colheita de grãos das culturas que precedem a semeadura de cevada, é importante que os restos culturais sejam distribuídos numa faixa equivalente à largura da plataforma de corte da colhedora, independentemente de os resíduos serem ou não triturados.
Manejo de enxurrada em sistema plantio direto
A cobertura permanente do solo e a consolidação e estabilização da estrutura do solo, otimizadas pelo sistema plantio direto, têm sido, em determinadas situações, insuficientes para disciplinar os fluxos de matéria e de energia gerados pelo ciclo hidrológico, em escala de lavoura ou no âmbito da microbacia hidrográfica.
Embora no sistema plantio direto a cobertura de solo exerça função primordial na dissipação da energia erosiva da chuva, há limites críticos de comprimento do declive em que essa eficiência é superada e, conseqüentemente, o processo de erosão hídrica estabelecido. Assim, mantendo-se constantes todos os fatores responsáveis pelo desencadeamento da erosão hídrica e incrementando-se apenas o comprimento do declive, tanto a quantidade quanto a velocidade da enxurrada produzida por determinada chuva irão aumentar e, em decorrência, elevar o risco de erosão hídrica.
A cobertura de solo apresenta potencial para dissipar em até 100% a energia erosiva das gotas de chuva, mas não manifesta essa mesma eficiência para dissipar a energia erosiva da enxurrada. A partir de determinado comprimento de declive, o potencial da cobertura de solo em dissipar a energia erosiva da enxurrada é superado, permitindo a flutuação e o transporte de restos culturais, bem como o processo erosivo sob a cobertura. Nesse contexto, toda prática conservacionista capaz de manter o comprimento do declive dentro de limites que mantenham a eficiência da cobertura de solo na dissipação da energia erosiva da enxurrada contribuirá, automaticamente, para minimizar o processo de erosão hídrica. Semeadura em contorno, terraços, taipas de pedra, faixas de retenção, canais divergentes, entre outras técnicas, constituem práticas conservacionistas eficientes para a segmentação do comprimento do declive e, associadas à cobertura de solo, comprovadamente, contribuem para o efetivo controle da erosão hídrica. Portanto, para o controle integral da erosão hídrica, é fundamental dissipar a energia erosiva do impacto das gotas de chuva e a energia erosiva da enxurrada, mediante a manutenção do solo permanentemente coberto e a segmentação do comprimento do declive.
A tomada de decisão relativa à necessidade de implementação de práticas conservacionistas associadas à cobertura de solo pode fundamentar-se na observância do ponto de falha dos resíduos culturais na superfície do solo provocado pela enxurrada. A falha de resíduos indica o comprimento crítico do declive, ou seja, a máxima distância que a enxurrada pode percorrer sem desencadear processo de erosão hídrica. Em consequência, o comprimento crítico do declive corresponde ao espaçamento horizontal entre terraços ou prática conservacionista equivalente.

Terraceamento
Terraços são estruturas hidráulicas conservacionistas, compostas por um camalhão e um canal, construídas transversalmente ao plano de declive do terreno. Essas estruturas constituem barreiras ao livre fluxo da enxurrada, disciplinando-a mediante infiltração no canal do terraço (terraços de absorção) ou condução para fora da lavoura (terraços de drenagem). O objetivo fundamental do terraceamento é reduzir riscos de erosão hídrica e proteger mananciais (rios, lagos, represas...).
A determinação do espaçamento entre terraços está intimamente vinculada ao tipo de solo, à declividade do terreno, ao regime pluvial, ao manejo de solo e de culturas e à modalidade de exploração agrícola.
Experiências têm demonstrado que o critério comprimento crítico do declive nem sempre é adequado para o estabelecimento do espaçamento entre terraços. Isso se justifica pelo fato de que a secção máxima do canal do terraço de base larga, técnica e economicamente viável, é de aproximadamente 1,5 m2, área que poderá mostrar-se insuficiente para o fim proposto quando o comprimento do declive for demasiadamente longo. Do exposto, infere-se que a falha de resíduos culturais na superfície do solo constitui apenas indicador prático para constatar presença de erosão hídrica e identificar necessidade de implementação de prática conservacionista complementar à cobertura do solo. Por sua vez, o dimensionamento da prática conservacionista a ser estabelecida demanda o emprego de método específico.