domingo, 10 de março de 2013

QUÍMICA VERDE


A química verde foi definida por Paul Anastas e John Warner como o projeto de produtos químicos e processos que reduzem ou eliminam o uso e a produção de substâncias perigosas. Esta tem como objetivo:
·         Reduzir resíduos (especialmente os tóxicos);
·         Reduzir o consumo de recursos não renováveis e usar fontes renováveis de maneira ideal;
·         Reduzir o consumo de energia.
               Os 12 princípios da química verde, que fornecem diretrizes para os químicos avaliarem o impacto ambiental de seus trabalhos, também foram formulados por Anastas e Warner. São eles:
1.       É melhor prevenir a formação de resíduo do que tratar ou remediar depois que ele for produzido;
·         É conhecido como “o coração da Química Verde” atribuindo ênfase na prevenção da poluição na fonte.

2.       Devem ser planejados métodos sintéticos para maximizar a incorporação de todo o material usado no processo até o produto final;
·          Encoraja os químicos a procurarem rotas de síntese que maximizem a produção do(s) produto(s) desejado(s) e simultaneamente minimizem a produção de subprodutos não desejados.

3.       Sempre que for possível, devem ser propostas metodologias sintéticas para usar e gerar substâncias que possuam pouca ou nenhuma toxidade para a saúde dos seres humanos e do ambiente;
·         Enfatiza a toxidade dos materiais e produtos, que deve ser mantida no mínimo.

4.       Os produtos químicos devem ser projetados para preservar a eficiência de sua função e, ao mesmo tempo, reduzir a toxidade;
·         Enfatiza a toxidade dos materiais e produtos,  assim como o Princípio 3, e é muitas vezes aplicado no planejamento de pesticidas com toxidade reduzida em relação aos organismos que não são os alvos principais.

5.       O uso de substâncias auxiliares (solventes, agentes de separação,...) deve ser evitado sempre que possível  e, se for utilizado, que seja inofensivo;
·         Faz com que os químicos lembrem-se de considerar meios para minimizar o uso  dessas substâncias auxiliares.

6.       As necessidades energéticas devem ser identificadas em relação aos seus impactos econômicos e ambientais, e devem ser minimizados. Métodos sintéticos devem ser realizados à temperatura e pressão ambientes;
·         A realização de reações em outras temperaturas e pressões que não a atmosférica requer energia, esse Princípio  lembra os químicos dessas considerações quando estão projetando uma síntese.

7.       A matéria prima deve ser renovável , em vez de esgotada, toda vez  que seja técnica e economicamente praticável;
·         Muitos compostos químicos orgânicos são produzidos a partir do Petróleo, que é uma fonte não renovável, esse Princípio instiga os químicos a considerarem meios para produzir compostos químicos a partir de fontes renováveis, como a biomassa.

8.       Derivatizações desnecessárias (grupos de bloqueio, proteção/desproteção, modificações temporárias de processos físicos/químicos) devem ser evitadas sempre que possível;


9.       Reagentes catalisadores* (o mais seletivo possível) são melhores que os reagentes usados de forma estequiométrica

10.   Os produtos químicos devem ser planejados de forma que, no  final de sua função, eles não persistam no ambiente e que se decomponham em produtos de degradação inócuos;
·         Enfatiza a necessidade de se encontrar  em matérias ( como pesticidas) substâncias inofensivas ao meio.
O DDT é um pesticida eficaz, porém  sua degradação é muito lenta. Embora tenha sido banido dos Estados Unidos em 1972, ele ainda pode ser no ambiente até os dias de hoje, principalmente em tecidos adiposos de animais.

11.   Metodologias analíticas precisam ser desenvolvidas para permitir o monitoramento e o controle em tempo real no processo, antes da formação de substâncias perigosas;

12.   Substâncias e a forma de uma substância usada em um processo químico devem ser escolhidas para minimizar o potencial de acidentes químicos, incluindo vazamentos, explosões e incêndios.

*Muitos poluentes lançados nas águas, tais como corantes e pesticidas, tornaram-se tão onipresentes que apresentam um sério perigo para a saúde humana e ambiental. Recentemente, visando amenizar esses problemas, os químicos criaram catalisadores parecidos com enzimas chamados de ativadores ligantes tetraamido macrocíclicos (TAMLs) que podem destruir poluentes resistentes pela aceleração das reações de limpeza com o peróxido de Hidrogênio .
  Quando aplicados ao efluente de indústria papeleira, TAMLs reduziram as substâncias químicas corantes e perigosas. Os catalisadores podem também, algum dia, serem usados como desinfetante de água potável e limpar contaminações de ataques bioterroristas.
  Os TAMLs podem também ser usados para tratar lixiviações agriculturais de lagoas de estabilização, bem como esgotos domésticos, que contém corantes provenientes de máquinas de lavar roupas e traços de produtos farmacêuticos perigosos que estão sendo excretados pela urina humana.

  Naturais ou fabricados pelo homem, os catalisadores atuam como antigos casamenteiros.

  A Química Verde pode diminuir  alguns danos ambientais causados pela Química tradicional.

"Colin & Cann - Química Ambiental, Ed. Bookman