Nada está no intelecto antes de ter passado pelos sentidos
Para Aristóteles, nossos pensamentos não surgem do contato de nossa alma
com o mundo das ideias, mas da experiência sensível. "Nada está no
intelecto sem antes ter passado pelos sentidos".
Isso significa que, não posso ter ideia de um teiú sem ter observado um diretamente ou por meio de uma pesquisa científica. Sem isso, "teiú" é apenas uma palavra vazia de significado. Igualmente vazio ficaria nosso intelecto se não fosse preenchido pelas informações
Isso significa que, não posso ter ideia de um teiú sem ter observado um diretamente ou por meio de uma pesquisa científica. Sem isso, "teiú" é apenas uma palavra vazia de significado. Igualmente vazio ficaria nosso intelecto se não fosse preenchido pelas informações
que os sentidos nos trazem. Mas, nossa razão não é apenas receptora de informações. Aliás, o que nos distingue como seres racionais é
a capacidade de conhecer. E conhecer está ligado à capacidade de
entender o que a coisa é no que ela tem de essencial. Por exemplo, se digo que
"todos os cavalos são brancos", vou deixar de fora um grande número
de animais que poderiam ser considerados cavalos, mas que não são brancos. Por
isso, ser branco não é algo essencial em um cavalo, mas você nunca encontrará
um cavalo que não seja mamífero, quadrúpede e herbívoro.
O papel
da razão
Conhecer é perceber o
que acontece sempre ou frequentemente. As coisas que acontecem de modo
esporádico ou ao acaso, como o fato de uma pessoa ser baixa ou alta, ter
cabelos castanhos ou escuros, nada disso é essencial. Aristóteles chama essas
características de acidentes.
O erro dos sofistas (e
de muita gente ainda hoje) é o de tomar algo acidental como sendo a essência.
Através desse artifício, diziam que não se pode determinar quem é Sócrates,
porque se Sócrates é músico, então não é filósofo, se é filósofo, então não é
músico. Ora, Sócrates pode ser várias coisas sem que isso mude sua essência, ou
seja, o fato de ser um animal racional
como todos nos.
Mas como nós fazemos para conhecer a definição de algo e separar a
essência dos acidentes?
Este é o papel da razão.
A razão abstrai,
ou seja, classifica, separa e organiza os objetos segundo critérios. Observando
os insetos, percebo que eles são muito diferentes uns dos outros, mas será que
existe algo que todos tenham em comum que me permita classificar uma barata, um
besouro ou um gafanhoto como insetos? Sim, há: todos têm seis pernas. Se
abstrairmos mais um pouco, perceberemos que os insetos são animais, como os
peixes, as aves...
Ato ou
potência
Segundo Aristóteles, as coisas podem estar em ato ou em potência. Por exemplo, uma semente é uma árvore em potência, mas não em ato. Quando germina, a semente torna-se árvore em ato. O movimento é a passagem do ato à potência e da potência ao ato.
Segundo Aristóteles, as coisas podem estar em ato ou em potência. Por exemplo, uma semente é uma árvore em potência, mas não em ato. Quando germina, a semente torna-se árvore em ato. O movimento é a passagem do ato à potência e da potência ao ato.
Qual a
causa?
Por outro lado, se as coisas mudassem completamente ao acaso, não
poderíamos conhecê-las. Conhecer é saber qual a causa de algo. Se tenho uma dor
de estômago, mas não sei a causa, também não posso tratar-me. Conhecendo a
causa é possível saber não só o que a coisa é, mas o que se tornará no futuro.
Pois, se determinado efeito se segue sempre de uma determinada causa, então
podemos estabelecer leis e regras, tal como se opera nos vários ramos da
ciência.
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