sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Manoel de Barros

 O Império Serrano escolheu seu hino para o Carnaval 2017, quando homenageará o poeta cuiabano, Manoel de Barros (Manoel Wenceslau Leite de Barros ) nascido em 19/12/1916,filho de João Venceslau Barros. 
Aos 19 anos, Manoel de Barros escreveu seu primeiro poema.

Cronologicamente, o poeta pertence à terceira geração modernista, de 1945, assim como João Cabral de Melo Neto (1920-1999) e João Guimarães Rosa (1908-1967). 
http://acervo.novaescola.org.br/ensino-medio/manoel-barros-biografia-obra-816177.shtml

111935- Filia-se ao Partido Comunista, do qual se desliga em 1945, após a aliança de Luís Carlos Prestes com o poder. Participa de atividades clandestinas na Juventude Comunista e tem o manuscrito de seu primeiro livro, Nossa Senhora da Minha Escuridão, apreendido pela polícia de Getúlio Vargas.
1937- Publica seu primeiro livro de poesia, Poemas concebidos sem pecado, em edição artesanal, com o apoio de Henrique Vale, no Rio de Janeiro.
1942- Publica Face imóvel.
1956- Publica Poesias.
1961- Publica Compêndio para uso dos pássaros, com desenhos de João, seu filho, então com cinco anos, na capa e contracapa. 
1969- Publica Gramática expositiva do chão
1974- Publica Matéria de poesia. Passa a ser lido e comentado por escritores como Millôr Fernandes, Fausto Wolff, Antônio Houaiss, João Antônio e Ismael Cardim.

1982- Publica Arranjos para assobio, com capa de Millôr Fernandes.

1985- Publica Livro de pré-coisas.
1989- Publica O guardador de águas.
1990- Publica Gramática expositiva do chão (poesia quase toda). A edição tem prefácio de Berta Waldman, ilustrações de Poty e inclui todos os livros de poesia de Manoel publicados até o moment
1991- Publica Concerto a céu aberto para solos de ave, com capa e vinhetas de Siron Franco.
1993- Publica O livro das ignorãças em duas edições: uma edição comercial e outra de 300 exemplares, numerados e assinados pelo autor, para a Sociedade dos Bibliófilos do Brasil.
1996- Publica Livro sobre nada, com capa e ilustrações de Wega Nery
1998- Publica Retrato do artista quando coisa, com capa e ilustrações de Millôr Fernandes.

1999- Publica o livro infantil Exercícios de ser criança, ilustrado com bordados de Antônia Zulma Diniz, Ângela, Marilu, Martha e Sávia Dumont sobre desenhos de Demóstenes Vargas.

2000- Publica Ensaios fotográficos. É lançada em Portugal a antologia O encantador de palavras

2001- Publica Tratado geral das grandezas do ínfimo. Publica o livro infantil O fazedor de amanhecer, com ilustrações de Ziraldo.

2002- Recebe o Prêmio Jabuti na categoria Livro do Ano Ficção, por O Fazedor de amanhecer. É lançada em Málaga, Espanha, a edição bilíngue Todo lo que no invento es falso (Antología), com tradução e prefácio de Jorge Larrosa.
2003- Publica Memórias inventadas: a infância e o livro infantil Cantigas por um passarinho à toa, com ilustrações de Martha Barros. Publica na França La parole sans limites (une didactique de l’invention), tradução de Celso Libânio e O livro das ignorãças, com ilustrações de Cícero Dias e capa de Martha Barros.
2004- Publica Poemas Rupestres. Recebe o Prêmio Odylo Costa Filho, da FNLIJ, por Cantigas por um passarinho à toa.
2005- É publicado na Espanha, em catalão, o livro Riba del dessemblat: Antologia poética, com tradução e prólogo de Albert Roig. Recebe o Prêmio APCA de Literatura na categoria Poesia, por Poemas rupestres.
2006- Publica Memórias inventadas: a segunda infância, com ilustrações de Martha Barros. Recebe o Prêmio Nestlé de Literatura, por Poemas rupestres.
2007- Publica o livro infantil Poeminha em Língua de Brincar, com ilustrações de Martha Barros. É publicado em Portugal Compêndio para uso dos Pássaros – Poesia reunida, 1937-2004. Morre seu filho, João Wenceslau Leite de Barros.
2008- Publica Memórias inventadas: a terceira infância, com ilustrações de Martha Barros. Este livro conquista o Prêmio APCA de Literatura na categoria Memória.
2009- Recebe o Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen, atribuído pela Câmara Municipal de São João da Madeira e pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), por Compêndio para uso dos Pássaros – Poesia reunida, 1937-2004.
2010- Publica Menino do Mato. Publica Poesia Completa no Brasil e em Portugal. Recebe o Prêmio Bravo! Bradesco Prime de Cultura como melhor artista do ano.
2011- Publica Escritos em verbal de ave.
2012- Recebe o Prémio de Literatura Casa da América Latina/Banif 2012 de Criação Literária, Lisboa, por Poesia completa e o Prêmio ABL de Poesia, por Escritos em verbal de ave.


O poeta foi agraciado com o “Prêmio Orlando Dantas” em 1960, conferido pela Academia Brasileira de Letras ao livro “Compêndio para uso dos pássaros”. Em 1969 recebeu o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pela obra “Gramática expositiva do chão” e, em 1997, o "Livro sobre nada” recebeu o  Prêmio Nestle de âmbito nacional. Em 1998, recebeu o Prêmio Cecília Meireles (literatura/poesia), concedido  pelo Ministério da Cultura.  Foi vencedor do Prêmio Jabuti duas vezes, em 1990 e 2002, com as obras "O guardador de águas" (1989) e "O fazedor de amanhecer" (2001).
(http://www.releituras.com/manoeldebarros_bio.asp)

Manoel de Barros transcendeu a geografia, com livros publicados fora do Brasil. Um advogado cuja causa era a poesia, que dizia ter doutorado em formigas e que recebeu os mais importantes prêmios nacionais por seu trabalho literário. 

2014- Falece em 13 de novembro de 2014, em Campo Grande (MS).


Relação de obras:
  • Poemas concebidos sem pecado [1937]
  • Face imóvel [1942]
  • Poesias [1956]
  • Compêndio para uso dos pássaros [1961]
  • Gramática expositiva do chão [1969]
  • Matéria de poesia [1974]
  • Arranjos para assobio [1982]
  • Livro de pré-coisas [1985]
  • O guardador de águas [1989]
  • Concerto a céu aberto para solos de ave [1991]
  • O livro das ignorãças [1993]
  • Livro sobre nada [1996]
  • Retrato do artista quando coisa [1998]
  • Ensaios fotográficos [2000]
  • Tratado geral das grandezas do ínfimo [2001]
  • Poemas rupestres [2004]
  • Menino do mato [2010]
  • Escritos em verbal de ave [2011]
  • Meu Quintal é Maior do que o Mundo [2015]


MEMÓRIAS INVENTADAS
  • A infância [2003]
  • A segunda infância [2006]
  • A terceira infância [2008]


LIVROS INFANTIS
  • Exercícios de ser criança [1999]
  • O fazedor de amanhecer [2001]
  • Poeminhas Pescados numa Fala de João [2001]
  • Cantigas por um passarinho à toa [2003]
  • Poeminha em Língua de brincar [2007]
  • Memórias inventadas para crianças [2011]
 saber + em :   http://www.fmb.org.br/

Letra do samba do GRES IMPÉRIO SERRANO /2017 em Homenagem a esse grande poeta :

Abre a janela, vem ver ôô
Poesia brotar no quintal
O Carnaval florescer
Menino Bernardo em meu ser
Reinvento o meu Pantanal
O som do apito a tocar anuncia a cor
Um canto verde do índio enfeitiçou
Guardando o segredo das águas
Regando o mar de Xarayés
O eldorado reina aos meus pés

O som que salta do brejo
Empresto a viola
A paz do meu lugar aflora
É feito um império em procissão
Enfeito meu coração, morada do meu viver
Tem casa que anda por esse chão
Bandarra é meu coração que voa no entardecer

Menino do mato, o nosso verde faz o céu emocionar
E o branco então floriu meu chão
Atento, um feroz olhar
Luar que me traz a lembrança
Nossa Senhora é fé, esperança
De um pantaneiro a lutar
Reizinho... de tantas vitórias
Cantando eu declamo esse amor por você
Eu sou Império
Abra o meu livro, pois tu sabes ler 

A minha história já fala por mim
Sou resistência, orgulho sem fim (refrão)
Tem poesia no ar, você já sabe quem sou
Pelo toque do agogô


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