terça-feira, 12 de junho de 2012

Geocentrismo e Heliocentrismo


No século IV a.C.Aristóteles escreveu que:
"No centro, eles [os pitagóricos] dizem, há fogo, e a Terra é uma das estrelas, criando noite e dia pelo seu movimento circular em torno do centro." Aristóteles - Sobre os CéusLivro Dois, Capítulo 13
As razões para esta localização eram filosóficas, baseados nos elementos clássicos, em vez de científicos. O fogo era mais precioso que a terra na opinião dos pitagoreanos, e por este motivo o fogo deveria estar no centro. Entretanto, o fogo central não é o Sol. Os pitagóricos acreditavam que o Sol orbitava o fogo central junto com tudo o mais. Aristóteles rejeitava este argumento e advogava o geocentrismo.
Heráclides do Ponto (século IV a.C.) explicou o movimento diário aparente da esfera celestial pela rotação da Terra.
Aristarco de Samos
A primeira pessoa a apresentar um argumento para o sistema heliocêntrico, entretanto, foi Aristarco de Samos (c270 a.C.). Como EratóstenesAristarco calculou o tamanho da Terra, e mediu tamanho e distância da Lua e do Sol, em um tratado que sobreviveu à passagem do tempo. A partir de suas estimativas, ele concluiu que o Sol era seis ou sete vezes mais largo que a Terra e portanto centenas de vezes mais volumoso. Seus escritos sobre o sistema heliocêntrico se perderam, mas alguma informação é conhecida a partir de descrições que sobreviveram e de comentários de críticos contemporâneos, como Arquimedes. Já foi sugerido que seu cálculo do tamanho relativo da Terra e o Sol levou Aristarco a concluir que fazia mais sentido que a Terra estivesse se movendo do que o enorme Sol estar se movendo em seu entorno. Apesar do texto original ter sido perdido, uma referência no livro de ArquimedesO Contador de Areias descreve outro trabalho de Aristarco em que ele avançou uma hipótese alternativa do modelo heliocêntrico. Escreveu Arquimedes:
O rei Gelon sabe que 'universo' é o nome dado pela maioria dos astrônomos à esfera ao centro da qual está a Terra, e seu raio é igual à linha reta entre o centro do Sol e o centro da Terra. É esta a noção comum que você ouviu dos astrônomos. Mas Aristarco escreveu um livro consistindo de certas hipóteses, onde, aparentemente, como consequência das suposições feitas, que o universo é muitas vezes maior que o 'universo' mencionado acima. Suas hipóteses são que as estelas fixas e o Sol permanecem imóveis, que a Terra gira em torno do Sol na circunferência de um círculo, com o Sol no meio da órbita, e que a esfera de estrelas fixas, situada com o centro no mesmo do Sol, é tão grande que o círculo em que ele supõe a Terra se move tem uma proporção ao centro das estrelas fixas como o centro da esfera a sua superfície.[6]
Aristarco, portanto, acreditava que as estrelas estavam muito distantes, e via isto como a razão pela qual não havia uma paralaxe visível, ou seja, um movimento observável das estrelas relativas uma às outras conforme a Terra orbitava o Sol. As estrelas estão de fato muito mais longe que a distância que era imaginada nos tempos antigos, e é esta a razão pela qual a paralaxe estelar só é detectável com telescópios.
Arquimedes dizia que Aristarco fez a distância das estrelas maior, sugerindo que ele estava respondendo a objeção natural que o heliocentrismo requer oscilações de paralaxe estelar. Aparentemente ele concordou com este ponto, mas colocou as estrelas muito distantes para tornar o movimento paralático invisivelmente minúsculo. Desta forma o heliocentrismo abriu o caminho para a percepção de que o universo era muito maior que o que o geocentrismo ensinava.[7]


Seleuco de Selêucia
Deve ser notado que Plutarco menciona os "seguidores de Aristarco" de passagem, então é provável que houve outros astrônomos no período clássico que também desposaram o heliocentrismo cujo trabalho está agora perdido para nós. Entretanto, o único outro astrônomo da antiguidade que é conhecido pelo nome que sabe-se ter apoiado o modelo heoicoêntrico de Aristarco de Samos foi Seleuco de Selêucia, um astrônomo mesopotâmico que viveu um século após Aristarco. Seleuco adotou o sistema heliocêntrico de Aristarco e diz-se que ele havia provado a teoria heliocêntrica.[8] De acordo com Bartel Leendert van der Waerden, Seleuco pode ter provado a teoria heliocêntrica determinando as constantes de um modelo geométrico para a teoria heliocêntrica e desenvolvendo métodos para computar posições planetárias usando este modelo. Ele pode ter usado métodos trigonométricos primitivos que estavam disponíveis em sua época, já que era contemporâneo de Hiparco.[9] Um fragmento de um trabalho de Seleuco, que apoiava o modelo heliocêntrico de Aristarco no século II a.C. sobreviveu em uma tradução árabe, que foi referido por Rhazes 

                                                                    Mundo Católico
Houve algumas especulações ocasionais sobre o heliocentrismo, na Europa, antes de Nicolau Copérnico. Na Cartago RomanaMartianus Capella (século V) expressou a opinião que os planetas Vênus e Mercúrio não orbitavam a Terra, mas em vez disso circulavam o Sol. Copérnico mencionou-o como uma influência de seu próprio trabalho.
Durante o final da Idade Média, o bispo Nicole Oresme discutiu a possibilidade da Terra girar em seu eixo, enquanto o cardeal Nicolau de Cusa em seu A Douta Ignorância perguntou se havia qualquer razão para afirmar que o Sol (ou qualquer outro ponto) era o centro do Universo. Em paralelo a uma definição mística de Deus, Cusa escreveu que "assim o tecido do mundo (machina mundiquasi terá seu centro em todo lugar e a circunferência em lugar nenhum."[13]


                                                                                Heliocentrismo

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